terça-feira, 11 de outubro de 2011

Protesto fecha rodovia Transamazônica por três dias


Mais de 150 carros em fila na rodovia Transamazônica. Ônibus, caminhões e muita gente indignada com o bloqueio. “isso é um absurdo agente tem que pagar pelos erros dos outros. Eu mesmo não tenho culpa” disse dona Carmem Maria que estava em um ônibus que trazia de volta para Altamira romeiros que foram ao círio em Belém. Um congestionamento de cerca de 3 quilômetros dentro do município de Anapú há 140 quilômetros de Altamira oeste do Pará

A manifestação teve início no domingo e é de agricultores que moram na região do travessão conhecido como Surubim. De acordo com Luís Sena, líder comunitário e um dos organizadores do protesto as obras de recuperação da estrada que dá acesso aos lotes do travessão do Surubim já foram licitadas pelo INCRA em 2010 através de um pedido do Ministério Público Federal. O início dos trabalhos estava previsto para acontecer no mês de maio desse ano, mas até agora nada foi feito, o que fez com que todos perdessem a paciência.

A grande preocupação é com a chegada das chuvas. Nesta época a estrada fica intrafegável com enormes atoleiros. As más condições das pontes é outro problema porque é necessário o escoamento da produção e em muitos casos elas não suportam caminhões pesados. De acordo com Sena a empresa só promete fazer a recuperação mais nunca cumpriu. “agente não tem nenhuma máquina aqui dentro da vicinal. Agente não é palhaço do governo não. Queremos nossas melhorias prometidas” afirmou. E acrescentou: “é só o INCRA botar moral na empresa que ganhou a licitação e vir fazer nosso travessão”.

Para os agricultores só existe possibilidade de sair da estrada quando os maquinários chegarem e iniciarem os trabalhos. Segundo eles estão cansados de serem enganados pelo governo Federal.  

Os agricultores reivindicam a abertura de 85 km de vicinais entre Anapú e a Comunidade de Belo Monte. Na área moram mais de 2 mil famílias, o clima é tenso no local que deve ter cerca de 300 pessoas. Segundo os agricultores não existe acordo a não ser que as máquinas entrem no ramal para realizar o serviço de abertura das estradas.
Para quem precisa seguir viajem os transtornos são grandes. O bloqueio da Rodovia transamazônica é total, ninguém passa, nem mesmo a pé. Crianças doentes esperam por socorro. Um exemplo são as irmãs Micaele e Miliane, com febre alta as meninas sofrem com o bloqueio. A mãe diz que já não sabe mais o que fazer.
Prejuízo também é uma palavra que pesa no bolso deste homem, com um carregamento de pintos ele já soma os danos calculados em mais de 10 mil reais.
O Ramal do Surubim abriga mais de 2 mil famílias, a revolta dos agricultores é tão grande que nem a policia Rodoviária Federal conseguiu desbloquear a BR, alimentos estão sendo servidos aos motoristas e passageiros barrados, em vários momentos o clima fica tenso, o medo de muitos era de que durante a noite a situação piore, pessoas também denunciam que os agricultores ingerem bebida alcoólica e ficam agressivos, nossa equipe registrou latas de cerveja em vários locais. Enquanto a BR não é liberada pessoas que vem longe só reclamam do final prematuro da viagem.
No inicio da tarde desta terça feira (11), a presidência do INCRA informou em nota que já adotou providencias para  quitar os débitos junto a empresa GG do Prado pela prestação de serviços e que a empresa se comprometeu em mobilizar os equipamentos para o início das obras até na próxima terça feira (18).


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