segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Uruará. Violência tira tranquilidade dos Moradores

Mais de Cinco Mil Pessoas no Protesto
Todos os dias são registrados cerca de 3 assaltos em Uruará, município localizado há 900 quilômetros de Belém, no oeste do Estado. O problema preocupa autoridades e população que vive assustada com o medo freqüente da violência. Os empresários tem sido os maiores prejudicados. Lojas têm sido alvo dos bandidos e os prejuízos já são incalculáveis. Nesta quarta-feira, 20, cansados de apelar e não ter resultados positivos, cerca de cinco mil pessoas foram as ruas protestar. Vestidos de preto o povo protestou pedindo segurança. “não podemos mais conviver com esse descaso. A polícia não tem mais autoridade aqui” desabafou um comerciante que preferiu ter seu nome no anonimato.

Revolta é o que a população sente diante de tanta violência. A dona de casa Neide Barbosa diz que sua casa foi invadida por ladrões que levaram vários objetos. “até quando agente vai perder as coisas que conseguimos com suor” disse ela. Ronilson de Oliveira que é autônomo expressou sua indignação dizendo que merece respeito das autoridades porque sempre pagou fielmente seus impostos e quer apenas segurança para ele e a família.

Estudantes, mães, pais, representantes políticos, todos saíram as ruas pedindo mais segurança. Com faixas, cartazes e som aberto a população mostrou sua revolta com a situação.  O município que tem cerca de 50 mil habitantes vem registrando os maiores índices de violência na região. Segundo dados da polícia civil só no último final de semana 8 motos foram roubadas e 3 estabelecimentos comerciais assaltados. Números que segundo o prefeito da cidade são o reflexo da falta de condições de trabalho enfrentada pela polícia. Eraldo Pimenta disse ainda que um documento será elaborado e entregue a governadora Ana Júlia Carepa e ao presidente Luís Inácio Lula da Silva com solicitações de equipamentos, viaturas e pessoal para as polícia militar e civil que atuam na cidade.

Com vaga para 7 detentos hoje a delegacia da cidade abriga 16 presos. 14 estão a espera de autorizaçaõ do centro de recuperação de Altamira para serem transferidos. Segundo a polícia, desde o ano passado 210 presos já foram transferidos para Altamira, uma média de 10 por mês. Sem condições de atender a demanda do município os policiais se dividem, são 34 militares, 1 delegado, 1 investigador e 1 escrivão.

A manifestação serviu também para que muitos pedissem justiça para crimes antigos. A  espera da prisão do assassino da filha adolescente de 15 anos, dona Vilma Cavalcante caminhou todo o percurso. A filha foi violentada estrangulada e morta. Como se não bastasse teve o corpo escondido e queimado em um matagal pelo próprio namorado. O fato aconteceu a quase um ano.


Atualmente segundo dados da polícia Uruará todos os dias tem cinco prisões de acusados de furto ou arrombamentos na cidade. Ou mesmo de assaltos em comércio. “nós vamos trabalhar e não sabemos se voltamos pra casa. Eu não quero uma situação dessa para meus filhos”. foi a declaração de um comerciante antigo da cidade e que confessou que pensa em deixar a região com a família se as coisas não melhorarem.



  

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