segunda-feira, 16 de maio de 2011

Encontro discute Terra do Meio

Foram dois dias de discussão com representantes que fazem parte da chamada rede terra do meio, formada por pelo menos 8 entidades que trabalham em defesa da biodiversidade. Este foi o 6º encontro do grupo que tratou não só da questão ambiental, mas também sócio ambiental que envolve a população que vive nas áreas de conservação e que serão impactadas por Belo Monte. A reunião aconteceu no campus da universidade federal do Pará em Altamira e um dos pontos debatidos foi o aproveitamento da Usina hidroelétrica de belo monte.

O encontro reuniu vários seguimentos da sociedade foi promovido pela rede terra do meio que tem o objetivo de trocar experiências, informações e traçar novas diretrizes para as áreas que serão atingidas pelo projeto.
Participaram entidades como: ICMBIO, USP, SEMA, SEMAT, WWF, ADAFAX E FUNAI. Durante o encontro os participantes detectaram problemas apontados pelo grupo, ocorridos na região durante o estudo de viabilidade do projeto da barragem. Entre eles a falta de regularização fundiária e fiscalização. Marcelo Salazar do Instituto Sócio Ambiental, ISA falou que a reunião de trabalho serviu para aproximar ainda mais o grupo e intensificar uma vigilância mais próxima da região. Para ele os temas debatidos como produção e comercialização, proteção, pesquisas, acessos a políticas públicas garante desenvolvimento sustentável dessas populações. “Não podemos perder tempo agora. É preciso discutir nesse momento assuntos de interesse dessa gente que ainda não sabe com clareza o que pode acontecer com a chegada da hidrelétrica” disse Salazar.

Segundo a rede terra do meio o grupo de trabalho tem como missão a consolidação das áreas protegidas da terra do meio e a integração das áreas protegida da bacia do Xingu. Ribeirinhos como seu Raimundo Belmiro dos Santos da Associação do “riozinho do anfrisio” participaram do encontro. Na ocasião como presidente ele apresentou uma lista que garante representa ser um problema constante na região. Ele denunciou o roubo de madeiras que continua acontecendo “falta informações, agente fica muito abandonado e não podemos deixar acontecer as coisas igual foi em 2004” disse.

Todas as entidades civis organizadas e ambientalistas deixaram clara a insatisfação com o abandono da fiscalização por parte do governo Federal. Para eles a pressa para implantar a obra poderá representar em prejuízos irreversíveis. A advogada do ISA, Viviane Rojas falou sobre a questão de proteção dessas áreas ribeirinhas. Para ela o mesmo governo que criou obedecendo a constituição federal agora abandona os povos. “as pessoas estão assustadas, quando se pensa que existe uma estrutura, quando se busca um equilíbrio vem Belo Monte”. E acrescentou: “essa região já tem problemas demais como fundiários, infraestrutura e sociais” disse.



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