segunda-feira, 18 de abril de 2011

Adeus a Hélio Gueiros ao som de Como é grande o meu amor por você

É um momento muito emocionante. Eu fiz questão de vir aqui me despedir dele, que foi um excelente governador e prefeito. Não me lembro de ter conhecido um político que se parecesse com o povo, ele era gente como a gente”, comentou o ambulante Manoel Trindade, de 47 anos. Essa foi a imagem que Hélio Gueiros deixou a muitos paraenses: a de um homem próximo do povo.

“Parece que foi ontem que ele comandava esse Estado de forma simples como era, mas também com rigidez que exige de um bom governante. Vim aqui me despedir, é a minha forma de homenagear esse grande homem. Meu pai era também um grande admirador dele e morreu no mês passado, por isso a minha emoção é muito grande”, disse a comerciária Valéria Rodrigues, de 37 anos.

O ambulante e a comerciária foram se despedir do ex- governador e ex- prefeito, durante o velório no sábado, no Palácio Lauro Sodré. Às 15h, o corpo do político foi colocado no carro do Corpo de Bombeiros e foi levado em cortejo pelas ruas de Belém até um cemitério particular em Ananindeua. Das janelas dos ônibus, muitas pessoas acenaram para o cortejo.

HOMENAGEM
O corpo foi conduzido pelos cadetes do Corpo de Bombeiros e saudado com uma salva de tiros pelos cadetes da Polícia Militar. A esposa, Terezinha Gueiros, foi amparada pelos filhos Marcos e Paulo Henrique Gueiros. Um dos momentos mais emocionantes da cerimônia fúnebre foi quando o corpo foi enterrado ao som da música de Roberto Carlos “Como é grande o meu amor por você”. Segundo informações da família, foi escolhida por ser a preferida do político.

Esposa, filhos e netos não quiseram falar com a imprensa, mas agradeceram o apoio, principalmente de pessoas anônimas que acompanharam até o final a trajetória de Hélio Gueiros. A agente de portaria Albertina Leal, de 59 anos, deixou tudo em casa para se despedir de Gueiros. Segundo ela, vão ficar na memória gestos de simplicidade do político. “Ele ajudava a quem precisasse. Lembro que, quando ele era prefeito, eu trabalhava no palácio e ele sempre mandava entregar envelopes com boas gorjetas aos flanelinhas que ficavam lá pela frente”, relembrou.

Lembranças da irreverência de Hélio Gueiros também vão ficar na memória da jornalista Marilena Vasconcelos, de 47 anos. “Eu estudei com os filhos dele e lembro que naquele época ele era governador e sempre achei engraçado o fato dele ser igual ao que ele era em público e na televisão, com a família e os amigos dos filhos. Um homem muito alegre”.

O cunhado Manoel Moraes, de 69 anos, lamentou não ter se despedido de Gueiros. A última vez que tentou falar com ele foi há 15 dias, mas Gueiros não estava mais reagindo. “Ele não abria mais os olhos e falava muito pouco. O Hélio sempre foi um homem muito forte e feliz e não queria que ninguém soubesse do seu estado de saúde. Eu fico triste por não ter me despedido dele, dado um abraço”.

Hélio Gueiros morreu na sexta-feira passada, aos 85 anos, de complicações renais. (Diário do Pará)

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