segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mais de 500 integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) e assentamentos do Pará estão desde quinta-feira em Belém, acampados na praça do Operário, em São Brás, para relembrar o trágico acontecimento de 17 de abril de 1996, data marcada pelo massacre de 19 trabalhadores rurais na PA-150, em Eldorado dos Carajás.

Castanheiras simbolizam massacre
Ontem o dia foi de atos ecumênicos para lembrar e refletir sobre os conflitos agrários. “Já fazemos isso há 14 anos e percebemos que nada mudou. Muito pelo contrário, os crimes agrários foram se qualificando. A pressão é muito grande em cima das terras da Amazônia. Os conflitos se multiplicam”, disse Ulisses Manaças, líder do MST em Belém.

O representante garante que o movimento luta para conseguir melhorar a vida dos familiares das vítimas, assim como de quem ficou mutilado pelo massacre. “Apenas 23 famílias recebem pensão do governo estadual, mas queremos incluir 69 pessoas que ficaram mutiladas com a violência dos policiais militares”, ressaltou.

Hoje, às 9h, os acampados seguem em caminhada até a praça da República. A passeata é contra a construção da Hidrelétrica de Belo Monte.

ELDORADO
Evento realizado pelo MST, ontem, em Eldorado dos Carajás encerrou uma semana de manifestos. Novamente, as lideranças ligadas protestaram contra o que chamam de impunidade, tendo em vista que apenas dois comandantes foram condenados pelo massacre, porém recorrem em liberdade da sentença prolatada em dois julgamentos.
  

19 mortes lembradas com protestos

Treze anos depois do massacre, nenhum dos 144 policiais envolvidos, segundo os líderes sem-terra, foi julgado, mas apenas dois comandantes foram condenados: o coronel Mário Colares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira.

Ontem, novamente a pista foi bloqueada por alguns minutos, mas sem incidentes. Para o advogado e coordenador da Comissão Pastoral da Terra de Marabá (CPT), José Batista Gonçalves Afonso, o Massacre de Eldorado do Carajás é um marco negativo na história de luta campesina do Pará.
Porém, ele reconhece nos cinco anos seguintes ao episódio que a luta pela terra se acentuou e houve alguns avanços, embora não tenham acontecido da forma como as lideranças sem-terra gostariam. (Diário do Pará, Sucursal de Marabá)

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