segunda-feira, 18 de abril de 2011

Ministério Público faz prefeitura de Altamira regularizar embarcações


Eixo do Motor (perigo para quem navega)
Em outubro de 2005 foi criado no Pará o fórum de combate ao escalpelamento. A formação de Núcleos Municipais de Combate ao Escalpelamento, nos municípios pólos do Estado, com o objetivo de trabalhar e engajar a comunidade ribeirinha na prevenção desses acidentes, orientando os barqueiros à proteger o eixo do motor de suas embarcações.

Considerado uma tragédia na Amazônia principalmente no Pará, os acidentes com o eixo das embarcações têm ceifado vidas e deixado outras com os traumas e marcas visíveis no corpo. Mas o combate a este tipo de acidente tem sido intensificado nos últimos anos. A conscientização levada a quem faz diariamente uso do transporte aquaviário é a principal medida para evitar que tragédias se repitam.

Em Altamira, oeste do Estado, cidade cortada pelo rio Xingu o Ministério público estadual entrou na luta. O MPE solicitou a prefeitura que em um prazo de 90 dias algumas medidas preventivas devem ser colocadas em prática. Entre os pedidos a criação de um comitê municipal de prevenção e erradicação dos acidentes com escalpelamento. Também toda e qualquer embarcação que utiliza eixos expostos deverá ser identificada.

Agente da capitania em serviço de fiscalização
O governo também deverá promover campanhas de mobilização e de sensibilização da sociedade e principalmente aos donos de barcos. Deverá ser criado um cadastro de vítimas desse acidente. Entre outras medidas educativas. A secretária de meio ambiente e turismo de Altamira, Zelma Costa, afirma que a prefeitura não tem condições de atender toda a região, e disse que vai precisar de parcerias.

Dados da capitania dos portos apontam que no Pará acontecem 90% dos casos. Em média é registrado um caso por mês. A principal vítima são mulheres, crianças ou adultos jovens. Entre 2000 a 2010 houve mais de 200 vítimas de escalpelamento em todo Estado. Para Altamira chegaram mais de 300 coberturas de eixo que serão instalados nas embarcações.


Secretarias Estaduais (SEEPS, SESPA, SEDUC, SETEPS), ONG Sarapó, SANTA CASA, HPSM, ARCON se envolvem diretamente nas ações de prevenção.  
   
O tratamento das vítimas é longo, doloroso, não recupera os cabelos e nem as lesões decorrentes do arrancamento de orelhas e pálpebras. É realizado no primeiro momento, no Pronto Socorro Municipal e posteriormente na Fundação Santa Casa do Pará, onde essas vítimas chamadas de “meninas de turbantes”, que são crianças e adultos jovens na maioria, precisam passar por várias intervenções cirúrgicas e acompanhamento ambulatorial com cirurgião plástico e acompanhamento por uma equipe multiprofissional da instituição.

As intervenções cirúrgicas das vítimas, nos últimos anos na Fundação Santa Casa, vem sendo realizadas com o uso de expansores de pele, para reparo de lesões e preparo da área lesada para posterior enxerto. Em cada caso de reconstrução, existem diferenças muito complexas, sejam por razões locais ou pelos aspectos psicológicos envolvidos e apesar de que, em alguns casos, não se obtém uma cobertura cutânea adequada, o uso de expansores e de outras intervenções realizadas, vem alcançando resultados muito positivos como:

Melhora da auto-estima destes pacientes, melhor e mais rápida re-integração social, importante suporte na prevenção de lesões mais graves na calota craniana.







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