quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Manifesto contra Belo Monte

Por terra, teto, trabalho e educação o ato popular em defesa da moradia e contra Belo Monte aconteceu na manhã dessa sexta-feira. Cerca de 500 manifestantes saíram as ruas de Altamira para dizer não ao projeto hidrelétrico Belo monte. A marcha contra Belo Monte saiu do bairro Brasília, o maior de Altamira em direção ao centro da cidade. Participaram estudantes de escolas pública e particulares, sindicalistas, membros de movimentos sociais como Xingu Vivo Para Sempre, indígenas, ribeirinhos e entidades ambientalistas.
No ponto de vista dos movimentos, nos últimos meses a população de baixa renda em Altamira tem visto seu direito a moradia ser violentado pela construção da barragem. A obra que ainda está no início dos serviços de terraplenagem nos travessões que dão acesso ao sítio pimental já vem causando uma série de danos á população pobre da região Xingu. Um dos problemas apontados é o valor abusivo nos aluguéis e a venda de casa e terrenos na cidade, que subiram até 300% nos últimos quatro meses. Além disso, a população que vive  nas áreas baixas da cidade cobram uma solução e se dizem ameaçadas sem garantia para onde serão realocadas. Muitas dizem não creditar nas propagandas. “eu nem sei em quem acreditar porque nunca agente sabe pra onde é que vão levar agente”, disse a dona de casa Maria Luíza que mora no bairro Boa esperança, possível área de alagamento com o grande lago.
De acordo com levantamentos feitos 1.088 famílias ocupantes das áreas urbanas e rurubanas e que querem moradia digna. Além de casa estas pessoas cobram emprego e renda, saúde, educação, segurança pública e de qualidade. Além de água tratada, saneamento básico, cultura, espaços de lazer entre outros benefícios diretos.
Com faixas e cartazes os manifestantes percorreram ruas principais do centro de Altamira. No prédio da Caixa eles entraram e fizeram um protesto do lado de dentro. Enquanto isso fora com tambores e muito barulho alguns pinchavam a calçada e paredes da instituição bancária. Ato repetido no prédio da Eletronorte, e repudiado pela população caracterizado como vandalismo.
Antônia Melo do Movimento Xingu Vivo Para Sempre afirmou que foi mais um dos muitos protestos que ainda deverão acontecer contra o empreendimento. Para Antônia a continuação do processo é uma afronta aos direitos dos povos ribeirinhos e indígenas da região Xingu. “isso que querem fazer é um projeto criminoso que o governo quer empurrar em cima de nós. É um atestado de morte para o Rio Xingu” declarou.
Em alguns momentos do protesto houve confusão, a polícia militar precisou intervir para acalmar os ânimos de motoristas. O trânsito ficou congestionado. O Bispo da prelazia do Xingu D. Erwin Krautler para o Bispo o povo tem o direito de ouvir. “se o governo nega ao diálogo o povo vai pra rua” disse D Erwin.  O ato encerrou na orla da cidade com discursos e mais protestos, e um abraço simbólico no rio.






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